domingo, 24 de agosto de 2008

Banco de Tempo debate-se com falta de jovens e mais oferta do que procura


Graça Silva, uma das coordenadoras do BdT, Funchal

Lisboa, 05 Abr (Lusa) - No continente ou nas ilhas, as agências do Banco de Tempo partilham uma filosofia de solidariedade mas também as dificuldades em cativar elementos jovens e em convencer os membros de que não basta oferecer serviços, é preciso também solicitá-los.

Com 54 inscritos, a agência do Banco de Tempo do Funchal, que funciona no Liceu Jaime Moniz, "tem apenas três elementos com menos de 20 anos", revelou Maria da Graça Silva, uma das três professoras reformadas que coordena o espaço, lamentando à agência Lusa a "falta de gente nova".

Descrevendo a troca de serviços do Banco de Tempo como um meio de "combater o individualismo e criar um espírito de comunidade", a ex-docente, de 76 anos, assinalou que, "infelizmente, a solidariedade ainda é vista muitas vezes como algo unilateral, em que um dá e o outro recebe, quando aqui funciona como uma troca".

Por enquanto, o número de pedidos ainda não é elevado "mas já há um ou outro inscrito que solicita se alguém o pode conduzir a um determinado local".

"Uma das ideias iniciais era criar uma rede de apoio à família, nomeadamente para cuidar das crianças e libertar um pouco o casal, mas verificamos que as pessoas não recorrem a esse serviço, mesmo quando há quem esteja disponível para fazê-lo", contou a coordenadora, para quem "o receio é um obstáculo a vencer".

"Muitas vezes os inscritos conhecem-se mal uns aos outros e, por isso, têm medo de lhes confiar algumas tarefas, como ir levar ou buscar os filhos à escola", explicou Maria da Graça Silva, que tenta organizar encontros "precisamente para que todos se conheçam e se sintam mais à-vontade para fazer pedidos".

fonte: Notícias.rtp.pt

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